quarta-feira, 26 de maio de 2010

Editorial Agulha 7

É preciso derrubar o PEC

Festejou-se, no primeiro dia de Maio, o dia do trabalhador. O dia ficou marcado por várias manifestações onde os trabalhadores demonstraram o seu descontentamento com as políticas do Governo PS/Sócrates.
Pouco tempo depois do Governo ter anunciado o PEC, surgem agora novas medidas que vêm agravar ainda mais as condições de vida dos trabalhadores. A estratégia política do Governo é clara: diminuição do salário real, menos emprego, aumento dos impostos, menos prestações sociais, menos saúde pública e a privatização de empresas públicas estratégicas como a Galp, EDP, REN, TAP E CTT.
As últimas medidas do Governo contaram com o apoio de PSD/Passos Coelho e contemplam, entre outras, o aumento do IVA em todos os escalões (afectando o preço dos bens de primeira necessidade) e a redução do salário da função pública até 1,5%. Esta negociata entre o PS/PSD só comprova que ambos estão de acordo nas políticas a adoptar para superar a crise.
Estas medidas de austeridade não são novas nem originais, são semelhantes às aplicadas noutros países, como na Grécia e em Espanha, seguindo as directrizes da União Europeia. A resposta dada pelos trabalhadores gregos tem sido, mais uma vez, exemplar – grandes manifestações e greves gerais com grande adesão. É de realçar que só neste ano houve 5 greves gerais, onde os trabalhadores gregos se manifestaram contra as políticas do Governo “socialista”.
Em Portugal o caminho a seguir deve ser o mesmo. É importante haver uma grande mobilização para a manifestação, convocada pela CGTP, do dia 29 de Maio. É necessário unirmo-nos para combater estas políticas. Só assim podemos derrotar estas medidas, exigindo que a crise seja paga por quem a criou. Não podemos aceitar que, a pretexto da crise criada pelos ricos, nos continuem a roubar os direitos que tanto nos custaram a ganhar.
Só com a participação e mobilização dos trabalhadores é que podemos preparar uma imprescindível greve geral que combata este PEC e outros que se avizinham. Assim, a manifestação de 29 de Maio assume grande relevo devendo ser sucedida de uma greve geral para demonstrar que estas políticas estão erradas e que lutaremos para derrubá-las.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Editorial Agulha 6

Faz falta um novo Abril

Durante a revolução de Abril os trabalhadores obtiveram muitas conquistas laborais: salário mínimo, ensino público, saúde pública. No entanto, estas conquistas têm-nos sido retiradas ao longo destes 36 anos. A pretexto da crise criada pelos capitalistas têm sido feitos ainda maiores ataques às conquistas de Abril.
O Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) do governo PS é o avanço mais recente da ofensiva contra os trabalhadores: diminuição do salário real, menos emprego, aumento dos impostos, menos prestações sociais, menos saúde pública. Estas têm sido as políticas de todos os governos da UE para que sejam os trabalhadores a pagar a crise. A estes ataques temos que responder com uma luta unitária, ampla e com grandes mobilizações.
Assim têm feito os trabalhadores gregos com greves gerais e grandes manifestações que têm paralisado o país.
Por cá as greves não têm faltado - enfermeiros, transportes, trabalhadores da limpeza e vários outros sectores têm mostrado bem o descontentamento dos trabalhadores face aos ataques do governo PS. É necessária a unificação destas lutas e a preparação de uma grande greve geral acompanhada de grandes mobilizações para derrotarmos este PEC e todas as medidas que têm posto nas nossas costas o peso da crise.
Simultaneamente, temos visto Sócrates cada vez mais enredado em casos de corrupção e manter-se tranquilamente no poder. Sem mobilização popular a culpa vai morrer solteira nestes casos de corrupção do PS e PSD, a coberto de uma justiça que favorece os mais ricos e é implacável com os mais pobres.
Abril trouxe mais democracia, direitos para os trabalhadores, ensino e saúde pública. Está na hora de recuperar Abril e essas conquistas.