segunda-feira, 2 de abril de 2012

Editorial nº 26

Contra o roubo, todos à Greve Geral!

Cavaco Silva e Passos Coelho são hoje os rostos de uma política sem futuro, onde a única linha de conduta é o saque generalizado ao povo. A sua subserviência aos planos de austeridade engendrados pela troika, que deixam o nosso país naufragado em recessão, desemprego e miséria, torna-os, aos olhos da troika, excelentes alunos para desempenharem a grande tarefa dos poderosos: serem os pobres e os trabalhadores a suportarem esta crise.

Cavaco Silva, confesso adepto do plano de austeridade da Troika/PSD/CDS, brindou-nos, recentemente, com o seu irresistível sentido de humor, dizendo que com os cortes de que foi vítima “não vai chegar para pagar as minhas despesas”. Cavaco Silva, que aufere anualmente 146 mil euros de pensões, não deve conhecer a realidade do seu próprio país no qual o valor médio das pensões é de 400 euros. Para Cavaco Silva, licenciado em economia, não será necessário recorrer à calculadora para perceber que aufere 25 vezes mais que a maioria dos pensionistas. O Presidente da República, um dos obreiros do caixão onde quer encarcerar o povo, esquece-se que hoje há 2 milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza, esquece-se que o desemprego atinge 14% da população e um em cada 3 jovens não tem oportunidade no mercado de trabalho.

Para não ficar atrás destas declarações, Passos Coelho aconselhou o povo a não ser piegas, porque só assim, segundo este, conseguiremos sair da crise. Para Passos Coelho, que não vive com os nossos salários míseros, que não precisa de ficar horas num hospital para ser atendido e que não precisa de emigrar para sustentar a sua família, é fácil viver.

Mas na verdade, Passos Coelho sabe que o povo não é piegas. É por isso que treme, é por isso que pede serenidade e sacrifícios, porque sabe que a mesma força que nos permite criar riqueza, é a mesma força que pode derrubar este governo e mandar os senhores da Troika para casa sem grandes cordialidades.
Por todas estas razões, no dia 22 de Março façamos uma grande Greve Geral!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Editorial Agulha nº 25

Vamos travar este roubo!

Ainda as garrafas de champanhe da passagem de ano não tinham chegado ao fim e este Governo já nos brindava com novos cortes, sempre com a velha e falaciosa justificação da dívida e da necessidade de “acalmar os mercados”. Entramos em 2012 e as facturas da luz, electricidade e gás a engordarem absorvendo parte substancial dos nossos rendimentos que, por si só, este ano já foram reduzidos com o corte do subsídio de natal e de férias para milhares de trabalhadores. Como se não bastasse a carestia de vida e a redução salarial, assistimos também à destruição do estado social.
Na saúde, os serviços prestados à população são cada vez mais insuficientes devido à falta de profissionais em hospitais e centros de saúde. Para além disso, para ter acesso a estes cuidados elementares vão-nos ao bolso. As “taxas moderadoras” criadas pela governação PS, foram duplicadas, tornando-se manifestamente difícil para muitos de nós ter acesso a estes cuidados.

Não suficientemente satisfeitos, o patronato e o Governo, desejosos por recuperar desta crise à custa do povo, alteram radicalmente o código de trabalho. Este acordo entre os patrões, Governo e UGT, chamado de concertação social, é uma declaração de guerra aos direitos dos trabalhadores: redução do número de férias, horas extras pagas a metade, o despedimento torna-se simples e as indemnizações irrisórias.
Esta alteração do código de trabalho é o mais violento ataque a que fomos sujeitos desde o 25 de Abril. Era um velho anseio do patronato pagar menos por mais trabalho e despedir mais por menos, tudo com a justificação da “competitividade” e “produtividade”.
A manifestação do dia 21 de Janeiro, convocada pelo movimento 15O, é a primeira resposta às políticas de austeridade no ano 2012. Sabemos que para invertermos estas políticas serão necessárias mais mobilizações e paralisações gerais. Os ataques dos vários Governos dos países da União Europeia aos seus povos obrigam-nos a dar uma resposta conjunta às políticas neo-liberais. É importante preparar uma greve geral europeia para demonstrarmos que o povo europeu está farto de ser massacrado com estas políticas. Vamos à luta!

Editorial Agulha nº 24

É preciso uma alternativa!

Após a manifestação de 15 de Outubro, a Greve Geral foi a segunda grande demonstração de força por parte dos trabalhadores na resistência à política de austeridade de Passos Coelho/Portas a mando da Troika. Esta greve ficou marcada por uma forte adesão no sector dos transportes, função pública e nas principais empresas privadas. Apesar disto, esta greve teria tido outra força se a CGTP utilizasse todos os seus recursos na sua preparação. Vejamos, a greve fica marcada sem que tenham sido feitos qualquer tipo de plenários preparatórios com os trabalhadores para se discutir as formas de luta e o seu seguimento.
Na maior parte dos casos foi feito um plenário para informar da greve ou mesmo nenhum, ficando os trabalhadores afastados da sua construção, bem como das suas direcções que, teoricamente, os representam.
Mas será que ainda os representam? A existência desta greve geral não se deveu à prática combativa da
CGTP mas à necessidade de responder a um fenómeno que não controla - os novos movimentos sociais conhecidos como “Indignados” que, sem controlo partidário ou sindical, conseguiram durante este ano colocar milhares de pessoas na rua por duas vezes, uma delas fazendo cair o governo Sócrates e da outra arrastando a CGTP para uma greve que não pretendia. Recordemos que ela foi marcada 3 dias após a realização da assembleia de indignados de Lisboa onde o povo exigiu a marcação de uma Greve Geral.
Para além da CGTP, os partidos que deveriam representar os trabalhadores, nomeadamente o BE e o PCP, surgem como defensores do pagamento da dívida através da maquilhagem da renegociação. É necessário suspender o pagamento da dívida contraída pela burguesia, taxar os seus rendimentos, nacionalizar a banca e sectores estratégicos da economia e criar uma política de emprego e de estimulo à produção para poder haver dinheiro para salários, saúde e educação e não para pagar uma dívida que não foi o povo a contrair.
Face à falência das actuais direcções dos partidos da esquerda e dos sindicatos tradicionais, urge a construção de alternativas no plano político e sindical. Que estas alternativas sejam dos trabalhadores, que lutem pelos trabalhadores e que tenham os métodos democráticos dos trabalhadores.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Editorial Agulha nº 23

Greve Geral
Avizinham-se tempos difíceis para o povo português. Em 2012 vão entrar em força todas as medidas de austeridade previstas para nos “salvar da crise”.

Mesmo as pessoas mais desatentas às notícias têm já consciência que a situação só vai piorar. O próprio Governo já veio a público admitir as consequências de toda esta austeridade: aumento do desemprego para 13,6%; diminuição do poder de compra em 4,8% e contracção da economia em 2,8%. De acordo com a nossa experiência, estas previsões do Governo ficam sempre aquém, pela negativa, daquilo que realmente se irá passar.

Temos o exemplo da Grécia que também recebeu “ajuda” da troika a troco de muita austeridade, assim como o memorando acordado em Portugal prevê. Vejamos o resultado de tais políticas: diminuição em 5 anos na esperança média de vida devido aos cortes na saúde; preços de bens essenciais a disparar, os quais eram semelhantes aos de Portugal antes da crise (agora um litro de leite

custa em média 1,40€, uma dúzia de ovos 3,40€ e contas de casa para um mês em média 100€); e já falam em abolir o valor do salário mínimo, isto é, deixar o patrão pagar aquilo que quiser pelo nosso trabalho!

Este é o futuro que nos espera se continuarmos a deixar que nos imponham tais condições, desviando o nosso dinheiro para pagar a dívida soberana. Enquanto continuarmos a pagá-la não haverá dinheiro para saúde, educação ou criação de emprego e rapidamente o buraco grego será o nosso também.

Não podemos continuar impávidos e serenos sabendo que estamos a ser roubados todos os dias! Roubados nos impostos, roubados nos subsídios, roubados dos nossos serviços públicos, roubados das nossas vidas, das nossas liberdades e dos nossos direitos!

Há que sair à rua e gritar! Há que lutar contra a austeridade!



DIA 24 FAZ GREVE! SAI À RUA E FAZ-TE OUVIR!

domingo, 13 de novembro de 2011

Editorial Agulha nº 22

15 de Outubro - Surge um Novo Rumo
No último dia 15 de Outubro houve, um pouco por todo o mundo, vários protestos de ndignados. Sob o lema “Unidos por uma Mudança Global”, este protesto alcançou cerca e 100 cidades em 85 países. Em Portugal com os protestos que ocorreram em Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Santarém, Évora, Faro e Angra do Heroísmo, saíram à rua 155 mil anifestantes. Destes, 100 mil em Lisboa e 50 mil no Porto. A enorme adesão a este protesto deve-se principalmente às medidas de austeridade impostas pelo Governo PSD/CDS a mando da troika. O descontentamento fez-se sentir nas ruas contra o pagamento de uma dívida que não foi por nós criada e contra o memorando da troika. Em Lisboa, no final da manifestação, foram aprovadas em Assembleia Popular as seguintes exigências: suspensão do pagamento da dívida; expropriação da banca, sob controlo da população; realização de uma greve geral o mais breve possível. Esta manifestação/assembleia quebrou a ideia da inevitabilidade do pagamento da dívida que tanto este Governo como o anterior, apoiados pela comunicação social, nos queriam fazer passar. Um novo caminho surge, o da reactivação da economia, o da criação de emprego e o do reinvestimento nos serviços públicos e noEstado Social.Agrupemo-nos sob esta nova bandeira em força e comecemos desde já a preparar uma enorme Greve Geral com uma manifestação nacional para podermos finalmente dar a volta por cima a esta situação e melhorarmos verdadeiramente as nossas condições de vida e de trabalho.










 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Editorial Agulha 19

Nem Troika nem Coelho!

No dia 5 de Junho muitos de nós suspiramos por ver, finalmente, o PS/Sócrates fora do comando do País. Os 6 anos deste Governo trouxeram-nos aumento do desemprego, redução de salários e cortes nas pensões que conduziram a um retrocesso na nossa qualidade de vida. A derrota do Governo PS foi a demonstração que os eleitores estavam fartos de ser constantemente penalizados pelas sucessivas políticas implementadas por este Governo. Este descontentamento levou à vitória do PSD que irá emparelhar com o CDS para formar um Governo de maioria absoluta, Governo esse que não resolverá os nossos problemas. Os seus intérpretes apoiaram as políticas dos PEC´S do Governo PS/Sócrates e assinaram o acordo com o FMI que resultará em mais precariedade, desemprego e miséria.
A vitória da direita reflectir-se-à duramente na realidade das nossas vidas e a esquerda esteve aquém das suas possibilidades. O momento exigia uma convergência do PCP e do BE que se pudesse afirmar como uma alternativa governativa para todo o povo farto de apertar o cinto, com o pretexto de pagarmos uma dívida que não nos pertence.
Aqui, como na Grécia, o caminho que os senhores do FMI, dóceis representantes da burguesia, nos querem impor tem sido devastador para o povo grego. Hoje a economia grega encontra-se totalmente paralisada, o desemprego cifra-se num valor recorde de 16%, os salários descem, os benefícios sociais são cortados e as empresas públicas vão sendo privatizadas.
O futuro das nossas vidas será decidido nas ruas. São necessárias novas greves maciças como a do fim do ano 2010 e novas manifestações como o 12 de Março que invadiram as ruas das nossas cidades.
Devemos exigir a suspensão da dívida como fez o povo islandês e lutar por uma democracia verdadeira como fazem milhares de activistas acampados em diversas cidades Ibéricas. Exijamos a uma só voz uma alternativa às politicas de austeridade que têm martirizado o povo trabalhador europeu.
Todos juntos podemos vencer a troika e os seus aliados nacionais: PS, PSD e CDS!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Editorial Agulha 18

As lutas não acabam nas urnas!

O descontentamento que o povo trabalhador tem demonstrado contra o Governo PS/Sócrates, principalmente nos dois últimos anos, através de manifestações e greves que paralisaram o país são o sinal inequívoco que o povo está farto das políticas de direita que nos impossibilitam de ter uma vida digna. A Greve geral de 24 de Novembro e o 12 de Março foram dois dos momentos de protesto mais participados desde o 25 de Abril.
Os donos de Portugal, apercebendo-se da insatisfação dos trabalhadores, marcaram eleições para o dia 5 de Junho com o intuito de acalmar as lutas que temos travado nas ruas. Nestas eleições os dois maiores partidos tentam fazer crer que têm ideias diferentes para o país, mas nós não nos esquecemos que os 3 primeiros capítulos do PEC tiveram o cunho de Passos Coelho e Sócrates. A subserviência prestada ao FMI é mais uma prova que estes partidos têm o mesmo plano para o país, ou seja, que sejam os trabalhadores a suportar uma crise que não criaram. Todos estes cenários não nos surpreendem, este PS foi quem mais atacou os direitos conquistados em Abril e o PSD apresenta-se nestas eleições com um programa neo-liberal onde privatizar (a saúde, a educação e a água) é a palavra de ordem. Perante esta realidade exigia-se mais à esquerda. O Bloco e o PCP deveriam ter unido esforços no sentido de criar condições para se formar um Governo de alternativa à esquerda, um Governo que exija a suspensão do pagamento da dívida, que tenha uma política de emprego e que ponha os responsáveis por esta crise a pagá-la.
A História deixou-nos um legado que não i-gnoramos, foi no marco da luta de classes que tivemos grandes conquistas, por isso afirmamos: o voto é importante mas não podemos acabar a nossa luta nas urnas! Por isso achamos importante a participação de todos na manifestação nacional de 19 de Maio, contudo, faz falta uma nova Greve Geral para derrubar estas políticas.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Editorial Agulha 17

Fartos de alternância, queremos alternativa!

O Governo PS/Sócrates que tanto martirizou os trabalhadores com políticas de direita finalmente caiu. Governo este que ao longo de 6 anos impôs redução de salários, cortes nas pensões, precarização do emprego e o consequente aumento do desemprego. Estas políticas não são novas, é a velha receita utilizada pela direita para que sejam os trabalhadores a pagar a crise.
A derrota do Governo foi uma vitória de todos os trabalhadores, no entanto a entrada do FMI vem dar continuidade às políticas impostas pelo antigo Governo. Conhecemos os resultados desta “ajuda” económica: para o povo mais austeridade, mais precariedade, mais desemprego e mais pobreza para que a Banca e os grandes grupos económicos continuem a lucrar milhões. Todos estes mecanismos que nos privam de uma vida digna são-nos impostos em nome da Dívída Pública! No entanto, esta dívida não foi contraída por quem trabalha. Veja-se o exemplo do BPN onde foram injectados 5 mil milhões de euros dos cofres do estado para salvar um banco gerido por ladrões! Devemos seguir o caminho do povo Islandês e dizer não ao pagamento desta dívida que não é nossa.
No dia 5 de Julho realizar-se-ão novas eleições legislativas. Tentam nos fazer crer que só o PS/PSD/CDS poderão constituir um Governo que nos permita sair da crise. Mas foram estes partidos que nos tem governado décadas após décadas que nos colocaram nesta situação caótica. Devemos exigir uma candidatura de Esquerda, um programa de Governo que una o PCP, BE e outras forças à esquerda do PS para superar esta crise e melhorar a qualidade de vida de quem trabalha.
Fartos desta alternância, queremos alternativa: unidade BE/PCP para que sejam os ricos a pagar a crise!

25 Abril

Era a esperança no futuro, foi sonho de um mundo onde quem trabalhava e produzia riqueza não fosse apenas um ser macambúzio, explorado e estupidificado por humilhações dos empregadores que agiam cobertos por leis próprias de um regime ilegítimo e imoral. Era a hora da conquista do respeito e da dignidade nos locais de trabalho.
Vieram direitos como a contratação colectiva, o salário mínimo, 13º mês, subsídio de natal, igualdade de direitos e salários entre homens e mulheres. Foram reconhecidas as licenças de maternidade/parto, assim como de paternidade. Regras sobre higiene e segurança no trabalho, medicina do trabalho, etc. Conquistas fruto da participação, da luta, da unidade e solidariedade entre trabalhadores.
Foi o reconhecimento da liberdade de participação sindical. Comissões sindicais e de trabalhadores foram criadas no interior de empresas, eram os interlocutores junto das administrações no diálogo de concertação de posições e nas denúncias de atropelos que os trabalhadores fossem vítimas. Os sindicatos ganharam força, abriu-se portas para que estes fossem agremiações de defesa comum dos trabalhadores, seus associados. Os sindicatos deixaram de ser organizações de um sistema corporativo do regime, onde a participação electiva dos seus filiados era uma farsa. Era o reflexo do 25 de Abril, da Revolução dos Cravos no mundo do trabalho.
Na passagem de mais um aniversário da Revolução dos cravos (37º) já é bem diferente a realidade no mundo do trabalho. A esperança no futuro deu lugar à insegurança. O capitalismo nacional, servido por uma classe política/governantes, e usando uma realidade internacional provocada pelo capitalismo selvagem e imperialista mundial, criou uma malha que aos poucos caçou direitos de quem trabalha. A precariedade e a insegurança reinam. Hoje em muitas empresas estamos mais perto do trabalho à “jorna” dos tempos do século XIX do que de um emprego com segurança. Os trabalhadores são alvos de coações e pressões de vária ordem. Os trabalhadores transportam tristeza do local de trabalho para casa, não se realizam profissionalmente e as doenças neurológicas são tristes realidades dos trabalhadores.
A precariedade, a repressão e a perseguição de que são alvos os activistas sindicais em muitas empresas, tornaram inactivas ou inexistentes as comissões sindicais ou de trabalhadores. Os sindicatos em grande parte são dirigidos pelas mesmas pessoas há décadas, dirigentes para quem a actividade sindical representa uma carreira e não uma missão de cidadania em defesa de quem trabalha, provocando o descrédito nos sindicatos por parte dos trabalhadores.
Nesta passagem de mais um aniversário da Revolução dos Cravos, façamos como os trabalhadores de Chicago em 1886 que se manifestaram por condições de trabalho e horário de turnos de 8h. Vamos gritar bem Alto, dizer que o povo trabalhador não é um povo resignado ou imbecilizado. O povo não está sonâmbulo, o povo não é burro de carga nem besta de nora. Digamos que não vamos mais ficar calados a aguentar feixes de miséria ou sacos de vergonhas, não somos como aqueles que nem as orelhas mexem para a afastar as moscas no local de trabalho, não somos como aqueles que não mostram os dentes, não têm a energia de um coice. Somos pessoas e queremos respeito. Vamos dizer ao capitalismo selvagem, aos políticos incompetentes e servis do capitalismo explorador que queremos ser felizes quando produzimos riqueza.
Em 25 de Abril de 1974, um grupo de heróicos CAPITÃES abriu portas para a luta com liberdade. Não deixemos fechar as portas que Abril nos abriu.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um país inteiro à rasca

No dia 12 de Março o povo português fez história na rua. Aquela que começou por ser uma manifestação dirigida aos jovens pela situação de precariedade laboral, baixos salários e estágios profissionais não remunerados a que se sujeitam, rapidamente se tornou na maior manifestação independente desde o 25 de Abril, envolvendo todas as gerações deste país contra o desemprego, os cortes salariais, o contínuo desinvestimento na saúde e na educação e, principalmente, contra este Governo e contra o PSD que juntos têm imposto estas medidas à população.
Precários e efectivos, estudantes e reformados, todos saíram à rua num dia em que se pôde sentir a alegria que surge quando estamos conscientes de que temos a força para mudar - mudar este Governo e mudar esta situação mas, acima de tudo, mudar as nossas vidas.
É este o exemplo a seguir e é imperativo continuar os protestos até termos restabelecido o nosso direito a uma vida digna e estável, independentemente da cor do Governo.
Embora ainda não tenha ocorrido, no momento em que se escrevem estas linhas, a manifestação nacional da CGTP de dia 19 de Março, não podemos deixar de a referenciar. Será, sem dúvida, a maior acção de protesto da CGTP após a Greve Geral de 24 de Novembro. E, no entanto, sabe a pouco. O povo saiu à rua dia 12 por vontade própria para protestar, sem necessidade de todo o aparato sindical.
Temos que exigir mais das nossas direcções sindicais! Temos de exigir uma nova Greve Geral, desta vez em conjunto com uma manifestação nacional para mostrarmos ao Governo, à classe política e aos patrões que quem manda neste país somos nós, os trabalhadores.

Rua com este Governo e os seus aliados!
Fim imediato às medidas de austeridade!
Intervenção directa do Estado na produção para criar emprego!

Para dar continuidade ao fervor destes protestos, já foram criadas plataformas da Geração à Rasca por todo o país, inclusive em Braga.
O Agulha apela a todas as gerações a participarem e a darem o seu contributo para uma mudança das políticas que nos asfixiam todos os dias!
Contacto:
geracaoarascabraga@gmail.com