quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Editorial Agulha 14

A Crise não é para Todos

Muda o ano e as políticas permanecem as mesmas. O já anunciado PEC 3 começa agora a fazer sentir-se nas nossas carteiras. O aumento do IVA faz com que os preços subam tornando o custo de vida insustentável. Nos transportes públicos o aumento ronda os 4,5%, na energia a subida de preços anda à volta dos 3,8% (cerca de 1,5 eur/mês). Na saúde, que deveria ser gratuita, descem as comparticipações e aumentam as taxas moderadoras. Até os alimentos de primeira necessidade, como o pão, sobem até aos 12%!
Para além destes ataques destacam-se, também, as reduções nas deduções fiscais com a saúde, educação e habitação e os cortes significativos na função pública. As famílias sofrem, também, com a redução dos abonos de família e os mais vulneráveis, como os desempregados e as pessoas abrangidas pelo RSI, vão ver os seus rendimentos reduzidos. Será que estas medidas são inevitáveis? Será que o esforço é nacional como nos tentam fazer crer?
Vejamos: a banca continua com lucros astronómicos, chegando a atingir valores na ordem dos 4,1 milhões de euros por dia! Só o BES atingiu o maior resultado de sempre - 405,4 milhões! Afinal a crise é apenas para quem sobrevive com o esforço do seu tra-balho. É possível mudar de políticas apresentando medidas que não façam os trabalhadores pagarem a crise que não criaram. No entanto, os partidos políticos estão completamente focados nas eleições presidenciais e nenhum dos candidatos representa o real interesse de quem trabalha.
Uma vez que estes planos de austeridade atacam toda a classe trabalhadora, independentemente do seu país, é necessário uma greve que transponha fronteiras. É urgente uma Greve Geral Europeia que demonstre que os trabalhadores estão dispostos a lutar juntos para derrotar estas políticas de direita.

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