segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Editorial Agulha 3

Novos rumos para os sindicatos

Um dos motivos que nos levou a construir este Boletim Agulha como ferramenta de organização e combate dos trabalhadores foi o completo afastamento das direcções sindicais dos locais de trabalho e o desconhecimento que têm, na maioria dos casos, dos nossos problemas reais. Além disso, as direcções sindicais, mantêm os trabalhadores completamente fora das discussões e decisões sobre eixos de reivindicação e de luta, ou seja, raramente vão às fábricas, raramente fazem plenários e quando os fazem pouco ou nada há para decidir ou para discutir.
Este sentimento tem-nos sido partilhado, nas distribuições do Agulha, por dezenas de colegas nossos em várias fábricas.
Nos últimos tempos, tivemos mais um exemplo de alto calibre deste modo de operar. O sindicato dos trabalhadores dos hipermercados convocou uma greve para a véspera de Natal, através da realização de um plenário nacional com 200 delegados sindicais, mas depois esqueceu-se de ir aos locais de trabalho fazer plenários para averiguar se os trabalhadores concordavam.
Entretanto, negociaram com os patrões e desconvocaram a greve, sem terem obtido qualquer vitória para estes trabalhadores que vivem em regimes de precariedade e de horários laborais loucos e que agora podem vir a ter de enfrentar 60 horas de trabalho semanal.
Os sindicatos precisam de rejuvenescer, de mudança, deixar de lado as decisões de gabinete e colocá-las nos plenários e assembleias de trabalhadores,estarem presentes nas fábricas, enfretarem com coragem e combatividade as administrações e patrões, sempre em nossa defesa e pela conquista de muitos direitos que nos continuam a ser negados.

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